quinta-feira, 30 de agosto de 2007

O relógio me mostra o que passou e muitas vezes ninguém viu. Tenho virtudes grandiosas. Oscilo entre a razão e a emoção, mas costumo agir por impulsão. Faço uso exagerado e irremediável das palavras, que nunca são suficientes. Questiono se a vida é utopia ou realidade. Não caibo no estreito, transbordo, só vivo o extremo. Sou feita de urgências, alegrias intensas e tristezas absolutas. Exagero nas ausências e me esvaio nos excessos, oscilo entre o que é concreto e o que é abstrato, misturo, transito pelo tempo no ilusório espaço que vislumbro.

~* Aline C. Petroni
30/08/07
"Como nuvens pelo céu
Passam os sonhos por mim.
Nenhum dos sonhos é meu
Embora eu os sonhe assim.
São coisas no alto que são
Enquanto a vista as conhece,
Depois são sombras que vão
Pelo campo que arrefece.
Símbolos? Sonhos? Quem torna
Meu coração ao que foi?
Que dor de mim me transtorna?
Que coisa inútil me dói?"
~* Fernando Pessoa