quinta-feira, 21 de maio de 2009

Soneto de separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
~* Vinicius de Moraes

2 comentários:

Anônimo disse...

oi passando so pra deixar um oi .... Raphael

Anônimo disse...

adoro essa musica,e de um poeta sem palavras ...Djavan

Às vezes parece um tambor,
Mas não é tambor nem nada, é o coração
Que fica entre a paz e o terror
Quando vejo a sua cara
Entre as caras da multidão

Logo fico cansado
Como se tivesse estado a correr
Num segundo já me sinto
Sem uma gota de sangue
Mal consigo respirar, sobreviver

Só Deus sabe o saldo
Creditado ao amor que lhe dou
Se terei sono tranqüilo ou vida sobressaltada
Não sei nada, não sei nada.

Olhar pro sol, vencer o mar,
Admitir, brigar com o par.. Isso é nada!
Não ter você, cair em si,
Morrer de amor não é o fim mas me acaba...

RApHaEl